Vinícolas Livres de Acusações: Polícia Federal não Encontra Provas de Trabalho Análogo à Escravidão
Vinícolas isentas de envolvimento em trabalho escravo, afirma Polícia Federal
A Polícia Federal esclarece que não foram encontradas provas que liguem vinícolas à prática de trabalho escravo em Bento Gonçalves, após a realização de investigações e operações na região.
A Polícia Federal realizou uma coletiva de imprensa no dia 17/03, na qual o delegado Adriano Medeiros do Amaral esclareceu que, após investigações, não foram identificados indícios de envolvimento das vinícolas no crime de trabalho análogo à escravidão. A declaração ocorreu após a Operação Descaro, que executou sete mandados de busca e apreensão na Serra Gaúcha.
A operação visava encontrar provas relacionadas ao caso dos trabalhadores resgatados em condições precárias no dia 22 de fevereiro. Seis suspeitos foram alvos de medidas judiciais, acusados de integrar uma organização criminosa especializada em submeter trabalhadores ao trabalho escravo. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos para análise.
As investigações apontaram que as vinícolas Aurora, Salton e Garibaldi não tinham ligação com os casos de trabalho análogo à escravidão. Foi encontrado apenas um contrato de fornecimento de mão de obra realizado por uma empresa terceirizada. A Polícia Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) continuam investigando as denúncias de jornadas exaustivas, além de possíveis maus-tratos sofridos pelos trabalhadores no alojamento em Bento Gonçalves. Representantes das vinícolas serão ouvidos novamente para esclarecimentos adicionais.
Após a denúncia, o governo estadual anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar e prevenir novos casos de trabalho escravo, especialmente em empresas que prestam serviços para vinícolas e cooperativas. A colheita da uva, assim como outras culturas agrícolas em época de safra, demanda mão de obra ocasional e por períodos curtos, o que aumenta a população flutuante nos municípios. Novas medidas de proteção aos trabalhadores safristas e às relações de trabalho devem ser implementadas em conjunto com a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo, que atua desde 2012.
Durante a Operação Descaro, nove armas foram apreendidas e recolhidas pelo Exército por estarem armazenadas em local inadequado. As armas, registradas em nome de um colecionador, atirador ou colecionador (CAC), estavam em conformidade com o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma). Entre os objetos apreendidos, estavam revólveres, pistolas, armas longas e munição.
Os trabalhadores resgatados, recrutados principalmente na Bahia por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo, relataram não receber salários, contrair dívidas com juros abusivos, ter a liberdade de locomoção restrita e sofrer agressões físicas. Mais de 200 trabalhadores foram resgatados em condições precárias de alojamento em Bento Gonçalves, durante uma ação conjunta da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
As autoridades continuam a investigar e tomar medidas para prevenir a exploração de trabalhadores na indústria vinícola. A isenção das vinícolas no caso atual ressalta a importância de manter um olhar atento às práticas trabalhistas em todas as etapas da cadeia produtiva, assegurando condições dignas e justas para todos os envolvidos.
Fontes:
- Radio Garibaldi: https://www.instagram.com/radiogaribaldi_/
- Portal Terra: https://www.terra.com.br/noticias/
Estamos interessados em ouvir você: qual é a sua opinião sobre a questão do trabalho análogo à escravidão na indústria vinícola? Compartilhe seus pensamentos nos comentários abaixo e enriqueça a discussão sobre o tema.